Florbela Espanca | |
Tirar dentro do peito a Emoção, A lúcida verdade, o Sentimento! E ser, depois de vir do coração, Um punhado de cinza esparso ao vento!... Sonhar um verso de alto pensamento, E puro como um ritmo de oração! E ser, depois de vir do coração, O pó, o nada, o sonho dum momento... São assim ocos, rudes, os meus versos: Rimas perdidas, vendavais dispersos, Com que eu iludo os outros, com que minto! Quem me dera encontrar o verso puro, O verso altivo e forte, estranho e duro, Que dissesse, a chorar, isto que sinto!! |
sexta-feira, 25 de abril de 2008
Tortura
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